Festas Juninas

Dando uma olhada no texto anterior e os muitos comentários, vi que o mesmo rendeu e muito, mas como um bom escritor (não que eu o seja), vou deixar em suspense, pois a pessoa a quem se destina ou mesmo a quem foram direcionadas já tem essa certeza.

Não pretendo escrever em códigos ou enigmas, mas acho que sentimentos as vezes mesmo não sendo explicitos, os torna mais excitante e bem mais atraente, sem contar que a dúvida alimenta o imaginário.

Assim sendo, pretendo falar de outro assunto, um mais pontual, pois já que estamos em junho, me lembrei de algumas festas juninas das quais participei quando criança, aliás bem diferentes das quermesses atuais, onde a inocência ainda era habitual e o encanto prevalecia com brincadeiras ingênuas e divertidas.

Hoje percebo que as festas juninas perderam muito da essência. As quermesses, as quadrilhas, as brincadeiras, foram sendo substituidas ou abolidas, cito uma brincadeira bem divertida e da qual não vejo mais em algumas quermesses, é o envio e recebimento do "correio elegante". Essa brincadeira era o ponto alto entre os jovens e adolecentes que aproveitavam a festa para namorar, utilizando-se do cupido, quando se interessavam por alguma garota, visto que estávamos a época da pré-internet e tecnologia GSM, sem SMS, MSN, Orkut e Afins, mas que muitas vezes dava certo e conseguia unir muitos casais.

E quando digo que a essência se perdeu, citou outras evidências, pois as quermesses realizadas por igrejas ou mesmos aquelas de bairro onde se enfeitavam as ruas com bandeirolas e balões, faziam-se fogueiras, montavam-se barracas, organizavam-se quadrilhas e as moradoras mais antigas se encarregavam dos quitutes, se perderam no tempo. Hoje perdeu-se a conotação popular, daquela cultura trazida pelos portugueses na época colonial que foi sendo passado de geração em geração, e que aos poucos vem sendo substituido por eventos mais profissionais, vide os grandes eventos que acontecem no nordeste, mas que nada lembram a alegria de cultuar a simplicidade e a tradição caipira.

Resta-nos não deixar essa essencia morrer, muitos valores se perderam durante o caminho e muitas tradições foram deixadas de lado, mas ainda há tempo de reverter isso, os tempos mudaram, a tecnologia avançou, mas a essência está dentro de nós, vamos nos divertir, vamos pular fogueira, vamos dançar quadrilhas, vamos reinventar o "correio elegante", vamos ser pelo menos uma vez no ano caipiras na essência, com sua simplicidade e alegria.

Agradeço a quem com muita paciência leu este texto até o final, desejando boas Festas Juninas, com muita pipoca, vinho quente, quentão, maçãs do amor e bastante diversão!

by Estevam